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terça-feira, 11 de outubro de 2016

Com discurso mais pessimista que o habitual, a ex-ministra Marina Silva afirmou nesta segunda 10 à Folha que seu partido perdeu "a chance de mudar" e agora "será mudado" diante da mais aguda crise que acometeu políticos do país.
  • Em seu escritório na sede da Rede Sustentabilidade, sigla que fundou em 2015, Marina disse que ainda avalia se será candidata à Presidência em 2018, pois é preciso descobrir se essa é "a melhor forma de contribuir" para o que chama de "renovação" da política.
  • "Tem horas que a gente muda, tem horas que a gente é mudado. Acho que perdemos a chance de mudar e agora vamos ser mudados."
  • Segundo ela, as disputas presidenciais de 2010 e 2014, das quais participou e acabou em terceiro lugar, não serviram para "melhorar a qualidade da política" e das "relações institucionais" e, por isso, talvez sua atuação seja continuar no debate, não focada no resultado eleitoral.
  • "Depois de ter passado por uma eleição sofrendo a violência que foi feita em 2014 pelo marketing selvagem [referência a ataques da campanha de Dilma Rousseff], será que é possível manter o diálogo, essa ideia de que é preciso compor programaticamente, de que existem pessoas boas em todos os partidos? Me parece que isso não prosperou", afirmou.
  • A avaliação de Marina foi feita diante do balanço dos resultados de seu partido nas eleições municipais desse ano. De 154 candidatos a prefeitos lançados, a Rede elegeu apenas cinco, nenhum em uma capital. O partido ainda disputa o segundo turno em três cidades.
  • Ela reconhece que a performance da legenda ficou abaixo do esperado, mas diz que, para o que se propôs, com poucos recursos e tempo de televisão, um partido tão jovem conseguiu "espaço de renovação política".
  • Marina respondeu ainda à carta aberta do antropólogo Luiz Eduardo Soares e outros sete intelectuais que se desfiliaram da Rede alegando "vazio de posicionamento político" e dependência política à figura de Marina, além de aproximação da sigla ao "campo conservador".
  • "Se olhar bem o documento, tem uma contradição porque o texto diz que a Rede foi pelo caminho do impeachment se curvando a uma posição minha supostamente autoritária e, em seguida, diz que um dos problemas da Rede e meu é de que a gente não tenha assumido posição."
  • Questionada sobre como a Rede e ela própria se posicionam diante do governo Michel Temer, Marina afirmou adotar a "independência", mas foi genérica ao opinar sobre os temas considerados prioridade do Planalto, como o projeto que cria um teto para os gastos públicos e a reforma da Previdência.
  • "É necessário criar mecanismos [para frear a dívida pública], mas não acho que se deva congelar, como estão propondo, a saúde e a educação. Poderemos estar assinando um cheque em branco e congelando a democracia."

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