Aproveite agora

domingo, 13 de agosto de 2017

Pastora que pregava cura gay revela: “Fiz tudo o que a igreja mandou fazer para deixar de ser lésbica, não deu certo”..

Eu chorei muito, orei muito e perguntava a Deus quando aquilo passaria. Minha paixão por ela começou a confrontar com tudo aquilo que eu dizia ser errado em minhas pregações.
  • Para falar sobre a igreja, é preciso adentrar a história de duas mulheres que tiveram suas vidas completamente modificadas em 2002, quando se apaixonaram: Lanna Holder e Rosania Rocha.
  • EX-LÉSBICA E EX-HÉTERO
  • Lanna sempre soube sua orientação sexual e aos 17 anos teve sua primeira experiência com uma mulher. No entanto, acreditava que sendo lésbica seria condenada ao inferno. Aos 21 anos se converteu à religião evangélica e deixou de lado uma companheira. 
  • Pouco depois se casou com um pastor, teve um filho, e a religião passou a ser parte principal de sua vida. Pelas igrejas do Brasil, ela pregava sobre a “cura” a que havia sido submetida e passou a ser vista como um exemplo a ser seguido – e uma prova viva de que seria possível superar a homossexualidade. 
  • Lanna – Eu tinha 21 anos quando me converti à religião por achar que iria para o inferno por causa de minha orientação sexual. 
  • Eu usava drogas, era alcoólatra e quando me converti essa parte da minha vida deixou de existir. A religião funcionou como um processo de restauração na minha vida, mas a minha orientação sexual nunca foi alterada. 
  • Eu nunca vivenciei nenhum processo de cura, mesmo assim segui numa busca constante para deixar de ser lésbica. 
  • Eu pensava: ‘Deus me libertou das drogas e do alcoolismo e não consegue me libertar da homossexualidade?’. 
  • Na igreja, a homoafetividade é apresentada ou como uma possessão demoníaca ou como uma doença. Eu tentava lidar com as duas coisas. ‘Se é uma doença, Deus vai ter que curar e se eu estiver possessa de algum espírito maligno, Deus vai ter que me libertar’. Tentei por sete anos. 
  • Como foi o momento em que você se viu diante da paixão por uma mulher após tantos anos garantindo ser ex-lésbica?
  • Lanna – Nos conhecemos e no começo nos tornamos grandes amigas. Tivemos uma associação total na religião e quando chamavam a Rosania para cantar, me chamavam para pregar. A vida nos uniu. 
  • Viajamos pelos Estados Unidos juntas e eu confidenciava a ela os problemas que tinha em meu casamento, pois como o “exemplo” que eu era, não podia contar para ninguém o que eu enfrentava. Não falava sobre minha orientação sexual, mas conversávamos sobre diversas questões. 
  • Quando me dei conta, tudo o que eu fazia era pensando na Rosania. Eu queria estar ao lado dela e percebi que aquilo que eu sentia não era apenas amizade. 
  • Eu chorei muito, orei muito e perguntava a Deus quando aquilo passaria. Minha paixão por ela começou a confrontar com tudo aquilo que eu dizia ser errado em minhas pregações
  • Como você encarou a paixão pela Lanna já que nunca havia tido interesse em uma mulher antes?
  • Rosania – Eu percebi um sentimento diferente por ela e então conversamos e admitimos estar apaixonadas. 
  • Choramos muito, pedimos muito perdão a Deus e, como éramos casadas, nos sentíamos muito erradas, pois cometemos adultério. Nosso pecado na verdade não foi o nosso amor, mas sim o fato de sermos casadas e de adulterarmos por seis meses. 
  • Quando eu era criança, me sentia um pouco diferente das minhas amigas. Mas nunca tinha tido contato sexual com uma mulher até, de repente, me ver apaixonada pela Lanna. 
  • Nada foi planejado, deixei o barco me levar, tentei fugir, ficamos separadas, mas a vida nos uniu. Eu sempre digo que me apaixonei por um ser humano e não necessariamente por uma mulher. 
  • Em vídeos disponíveis no YouTube, é possível ver longos sermões da pastora pregando sobre a maldição e o pecado da homossexualidade. Igrejas lotadas de fiéis aclamaram suas palavras e acreditaram estar diante de uma pessoa “regenerada” e “trazida de volta ao caminho do bem”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário