Navio grego suspeito de ter derramado petróleo que emporcalha praias nordestinas pertence a empresa envolvida em negociações escusas com Petrobrás sob patrocínio de sócio do filho do ex-presidente.
Impressiona como os efeitos da roubalheira desenfreada nos cofres públicos do Brasil em geral, e nos da Petrobrás em particular, ainda estão aparecendo com consequências malignas para os pobres e indefesos cidadãos brasileiros. Acaba de ser revelado que o navio grego Bouboulina, principal suspeito pelo derramamento de petróleo venezuelano que emporcalha a costa brasileira do Ceará até o sul da Bahia, pertence à empresa Delta Tankers, contratada pela estatal brasileira em troca de propinas numa operação que envolveu Paulo Roberto Costa, que o ex-presidente c chamava de Paulinho, o ex-senador Ney Suassuna e seu primo Jonas, sócio de Lulinha e que se apresenta como dono do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que a Lava Jato tem razões para afirmar que se trata de propriedade e uso exclusivo do petista”, escreveu o colunista José Nêumanne no ESTADÂO.
O Antagonista publicou que “o vazamento de óleo que atingiu a costa brasileira teria ocorrido quase duas semanas após a Lava Jato denunciar o ex-senador Ney Suassuna e o ex-cônsul grego Konstantinos Krotonakis, por esquema de propina no afretamento de navios gregos pela Petrobras.
A PF já atestou que o petroleiro Bouboulina carregava óleo de origem venezuelana.
Na denúncia apresentada em julho, o MPF no Paraná ressalta que a aproximação de armadores gregos com a PDVSA foi feita por meio de Jonas Suassuna, que é primo de Ney Suassuna, além de sócio de Lulinha e laranja do ex-presidente no sítio de Atibaia.
“Sobre a proximidade de Ney Suassuna com armadores gregos, é de se observar, por exemplo, que, no ano de 2008, o ex-senador foi abordado, por intermédio de seu primo Jonas Suassuna, por pessoa de nome Juan Carlos Chourio, ligada à Petróleos de Venezuela (PDVSA), interessada em promover afretamentos dos navios da TSAKOS ENERGY NAVIGATION pela estatal venezuela.”
O engenheiro Juan Carlos é acusado, num processo em Miami, de cobrar propina em contratos de uma subsidiária da PDVSA. Ele é sobrinho do general Jesús Suárez Chourio, ligadíssimo a Hugo Chávez e que, até 8 de julho, era o comandante-geral das Forças Armadas venezuelanas.”